Para cada Fênix
Fênix: ser mitológico que renasce depois de sua autocombustão. Para mim, o apelido não muito carinhoso pra quem renascia das cinzas na minha vida.
São Paulo, julho de 2019.
Ontem foi a primeira vez que falei de nós, Fênix. E não me refiro a comentar sua existência ou mencionar que já tivemos algo. Falei de verdade. Das feridas, das alegrias, de tudo de bom que aprendi, de todas as dores que me causou. Falei sobre como você teve esse lugar de pódio e referência na minha vida e como foi a causa principal de eu pensar em começar terapia. Falei sobre como sua simples lembrança ainda mexia comigo, mesmo que isso já fosse óbvio só pelo meu tom de voz. Falei sobre como o que eu amei em ti provavelmente nem existisse e talvez fosse só a minha própria criatividade preenchendo as lacunas que nossa convivência não foi capaz de atingir. E que você nunca quis me deixar chegar perto.
Depois
que o tempo passa, falar por 15 minutos pode resumir três anos de altos e
baixos. Por isso aqui não preciso me estender. Foi o tempo em que toda a Morena que se descobriu, morreu e renasceu. Acho que assim
como você, eu também sou Fênix. Tomei o meu espaço de volta, me reconquistei depois de você continuo com o trabalho de acender a chama todos os dias. Afinal, agora eu entendi que posso iluminar meus próprios passos. Não troco meu próprio calor pelo seu. Curo sozinha minhas cicatrizes e faço os curativos das quedas dos voos. E olha que ainda caio muito. Mas também voo muito mais alto. E no final do dia, respirar paz e admirar essa vista me lembram que estou no caminho certo.
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