Sobre nossos pequenos
São Paulo, 10 de novembro de 2019 Ele não tinha mais de 6 anos. Carregava uma mochila quase do seu tamanho. E uma coberta bem maior que ele, já surrada pelo tempo. Vagou um banco, alguem no vagão do metrô indicou que ele podia se sentar. Sem levantar do chão, se arrastou até o banco. Acho que ele não imagina o simbolismo disso. Sorria. Colocou a coberta no banco, tirou a mochila das costas e se sentou. Usou as mãozinhas pra se apoiar e dar aquele pulinho pra conseguir, sabe? Ele estava acompanhado, mas parecia saber que seus responsáveis não tinham mais forças do que ele. Em qualquer sentido. Teve dificuldade para arrumar uma posição confortável para aquela bolsa que no seu colo quase cobria seu rosto. Bocejou. Parecia cansado. Mas não dessas pessoas que quando cansa fica de mau humor. Ele continuou alegre. Brincava com o bebê no outro banco. Tornava a vigem daquele bebê mais agradável, mesmo quando não podiam fazer isso por ele. De longe, com as roupinhas meio sujas, era a