Para quem pensa no amor-da-vida



RJ/SP, 22 de janeiro de 2019

            E quando o amor da vida é desafiado pelos outros amores?

O Gregório Duvivier tem um texto ótimo sobre como você pode perder muitos amores atrás do grande-amor-da-vida. Eu, por sorte ou teimosia, vivo uma história recíproca hoje, dessas com cara de grande-amor-da-vida mas que com sorte (dele, é claro) vira o amor-da-vida-inteira. Mas, fora rumores populares, nunca li sobre o curioso fenomeno (como escreve esse acento) de todos os seus outros amores e suas variáveis se deslocarem no espaço tempo para pôr a prova sua forma de se relacionar com grandes-amores. Não necessariamente isso significa que você gosta mais ou menos do seu amor-da-vida, acredito que existem várias outras formas de amar pra além das relações monogamicas. Mesmo nesses caso a volta de um amor pode fazer pensar sobre a força da sua conexão com o esse-amor-que-se-escolheu-pra-hoje.
Esse teste pode vir quando você volta de viagem e aquele seu crush-da-faculdade está mais gato do que nunca. Ou quando você acorda e recebe uma declaração de saudades do amor-da-outra-cidade. Ou, pra testar completamente seu equilíbrio, quando a Fênix, aquela categoria especial de amor-indeciso-e-intenso, que vira cinzas logo depois de pegar fogo mas reaparece tempos depois, surge numa aparição mágica no bar em que você já tomou a terceira caipirinha.
Eu nunca achei que ia deixar determinadas "chances" passarem. Nem que ia resistir a quem conhece meus gatilhos. Mas isso é porque ninguém me contou que a gente ama quando muda, e continua mudando dentro de amor que sentimos. Meu amor-da-vida chegou quando eu deixei espaço em mim pra ele. Isso significou recolocar os outros amores em outros espaços. Alguns pra fora, outros fico feliz em manter como amigos. O surpreendente pra mim foi a facilidade. O amor-da-vida tem um perfume próprio, um toque especial, uma fala completamente conectada a mente de quem ama por completo. É sob medida. E não há substitutos. Olhar o crush ou amor antigo, mesmo que desperte uma memória biológica, não alcança o emocional. "Não quero porque gosto dele" é mais do que, e muito diferente de, um respeito robótico ao ideal social de fidelidade. É uma escolha incondicional de "mesmo a distância minha conexão com essa pessoa é tão boa que me preeenche e não tenho vontade de ceder esse espaço a mais ninguém." Bem, pelo menos é assim que eu me sinto. E desejo que um dia você, pelo menos pela experiência, sinta também.

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