Para quem pensa no amor-da-vida
E quando o amor da vida é desafiado pelos outros amores?
O
Gregório Duvivier tem um texto ótimo sobre como você pode perder muitos amores
atrás do grande-amor-da-vida. Eu, por sorte ou teimosia, vivo uma história
recíproca hoje, dessas com cara de grande-amor-da-vida mas que com sorte (dele,
é claro) vira o amor-da-vida-inteira. Mas, fora rumores populares, nunca li
sobre o curioso fenomeno (como escreve esse acento) de todos os seus outros
amores e suas variáveis se deslocarem no espaço tempo para pôr a prova sua
forma de se relacionar com grandes-amores. Não necessariamente isso significa
que você gosta mais ou menos do seu amor-da-vida, acredito que existem várias
outras formas de amar pra além das relações monogamicas. Mesmo nesses caso a
volta de um amor pode fazer pensar sobre a força da sua conexão com o
esse-amor-que-se-escolheu-pra-hoje.
Esse
teste pode vir quando você volta de viagem e aquele seu crush-da-faculdade está
mais gato do que nunca. Ou quando você acorda e recebe uma declaração de
saudades do amor-da-outra-cidade. Ou, pra testar completamente seu equilíbrio,
quando a Fênix, aquela categoria especial de amor-indeciso-e-intenso, que vira
cinzas logo depois de pegar fogo mas reaparece tempos depois, surge numa
aparição mágica no bar em que você já tomou a terceira caipirinha.
Eu
nunca achei que ia deixar determinadas "chances" passarem. Nem que ia
resistir a quem conhece meus gatilhos. Mas isso é porque ninguém me contou que
a gente ama quando muda, e continua mudando dentro de amor que sentimos. Meu
amor-da-vida chegou quando eu deixei espaço em mim pra ele. Isso significou
recolocar os outros amores em outros espaços. Alguns pra fora, outros fico
feliz em manter como amigos. O surpreendente pra mim foi a facilidade. O
amor-da-vida tem um perfume próprio, um toque especial, uma fala completamente
conectada a mente de quem ama por completo. É sob medida. E não há substitutos.
Olhar o crush ou amor antigo, mesmo que desperte uma memória biológica, não
alcança o emocional. "Não quero porque gosto dele" é mais do que, e muito
diferente de, um respeito robótico ao ideal social de fidelidade. É uma escolha
incondicional de "mesmo a distância minha conexão com essa pessoa é tão
boa que me preeenche e não tenho vontade de ceder esse espaço a mais
ninguém." Bem, pelo menos é assim que eu me sinto. E desejo que um dia
você, pelo menos pela experiência, sinta também.
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