Das luzes no meu quarto
Hoje
eu enfeitei meu quarto com minhas músicas favoritas. O ponto chave da dancinha foi quando tocou New Light. Eu sorri sozinha com a cena. É bem comum
eu dançar pela casa. Mas foi gostoso sentir que, enquanto eu colava o
pisca-pisca na parede, a única coisa em que eu pensava era no pisca-pisca na
parede. E só cantava a música pela letra e melodia. Não pensava na próxima
tarefa. Ou na hora de acordar amanhã. Ou em como um dia eu posso cantar essa música
pra alguém. Ou como já cantei antes. Perceber que eu estava mesmo vivendo esse
momento de alguém tão feliz num espacinho de tempo espaço típico de filme me
fez ver algo de encantador em mim, acho que isso que eu sempre acho que só
enxergo quando outro alguém vê. Acho que crescer é um pouco sobre conseguir se
enxergar sozinha, também nos momentos bons.
Aos
pulinhos na cama, com fita adesiva na mão, depois de um dia conflituoso com
mensagens não respondidas e textos de economia - difícil decidir o que dá
sinais mais confusos - entendi também o que é curtir a própria companhia. E
passar por um dia em que nem tudo saiu bem com a sensação de que foi um bom
dia. A hora de acordar amanhã continua sendo mais cedo que o medicamente recomendável,
as tarefas continuam aos montes e as mensagens ainda não foram respondidas. E
tudo bem. Porque eu continuo a menina que sorri quando vê luzes e a mulher que
aprendeu a se iluminar com o que vê e sente. E quanto mais a gente souber se iluminar, mais chance temos de iluminar o mundo.
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