Para Viver em Alto Mar
São
Paulo, 29 de outubro de 2019
Gosto
muito dessa ideia de que viver e amar são coisas de alto mar. Pelas ondas,
marés, paradas nos portos, descansos nas praias. Por tudo isso de altos e
baixos, idas e vindas, ressacas e aventuras. E fases. Tem dias que só queremos
calmaria. Outros em que vamos atrás das ondas mais insanas. Tem também esses em
que tomamos um tempo na superfície pra olhar melhor o horizonte. E aqueles em
que passamos um tempo em mergulho, para olhar em detalhes o (nosso) interior.
Eu
dei uma descansada na superfície por um tempo. Na verdade, já tive muito medo
de mergulhar. Fugi em várias oportunidades. Mas depois de me permitir os
primeiros mergulhos incríveis e ver como é lindo o mundo que não está à mostra
para qualquer navegante, não vivo mais só na superfície.
E
olha que não sei nadar ainda. Mas quero muito aprender. A nadar nas minhas
próprias águas e nas do mundo. Pra isso, não posso mais insistir onde é raso.
Ou onde tenho muitas restrições. Nadar é liberdade. Viver e amar também. E eu
quero mais disso.
Obrigada
por me deixar parar no seu porto. Livre para ir e voltar. Por alguns motivos
meu barco não conseguiu ir muito além da costa aí. Mas esse lugar em que fui
recebida me ajudou a construir partes novas do meu futuro iate. Ainda
aprendendo a nadar e a navegar, fiquei mais pronta para arriscar. Agora vou
para alto mar. Quero navegar, amar e viver. Todo dia. Quero conhecer tudo isso
que a vida pode trazer. Acho que vão rolar umas tempestades, mas as belezas do
caminho compensam. Porque viver vale o risco.
Espero
que você navegue bastante também. Em ti e no mundo. Se perca e se encontre com
frequência. Sem medo, ou enfrentando os medos que surgirem. Sua casa está no
seu próprio navegar, não precisa se preocupar muito com a chegada. E mesmo em
marés diferentes, pode contar comigo.
Divirta-se
muito!
P.S.:
Acuérdate de cuidar al niño que llevas adentro. Adultos ententamos ser todos.
Los niños son nuestras partes más originales.
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