Para cada anjo em uma fase ruim


Oi, meu anjo. Sei que tem tido dias difíceis. Grande parte deles. Estava pensando sobre isso. E resolvi te escrever.

Começo pelas desculpas. Às vezes é difícil entender como se sente. Não pretendo fingir que capto como é o mundo para você. Por mais que eu partilhe da sua dor quando conversamos, eu sei que é diferente experienciá-la através da sua própria vida. Por isso me desculpo por todas as vezes que tento enfeitar um momento triste ou incomodo. Sinto muito pela dor ou desconforto que sente com frequência. E sinto muito por não saber lidar ou ajudar a lidar com essas coisas. Esse texto aqui não tem exatamente a intenção de amenizar ou transformar algo. É só pra você saber que gosto muito de você, do jeitinho que é, e gosto exatamente da mesma forma e com a mesma intensidade nos "dias bons" e nos "dias ruins". 

E aqui vai a coleção de coisas que quero que você se lembre.

- Você é luz mesmo quando está tudo escuro aí dentro (e aqui fora).

- Você é uma manifestação de vida maravilhosa, mesmo quando viver parece não fazer sentido algum e a vida parece mais cruel do que divertida.

- Você me faze sorrir muito (parece egoísmo dizer isso, mas digo por que você é importante pra muita gente, e esse impacto que causa no tecido do espaço-tempo na minha visão já valida sua existência);

- Você é muito inteligente. Na verdade, é brilhante. E isso também é outra coisa para te fazer sorrir todo dia. Afinal, mesmo que nada faça sentido, você joga luz e fun facts sobre dias tediosos e torna viver um exercício mental sempre instigante.

- Você é um dos melhores presentes que eu poderia sonhar. Mais legal que barcos.

- Você, mesmo com todas as muralhas, é sensível e doce. Poucas coisas eu admiro tanto quanto a força de quem não se fecha a ponto de não se importar com o outro. Você faz isso em meio a própria dor. E isso é o que há de mais humano e mais lindo que já vi. 

- Você me ensina mais sobre amor e empatia que qualquer poema. Afinal, você é a própria poesia. 

Por isso peço que nunca desista. Sei que viver cansa. Não tem trampo, transporte público ou quadrimestre que desgaste tanto quanto não ter conforto dentro da gente. E não consigo arrancar esse incomodo daí, eu sei. Mas sempre que precisar, tento ajudar a preencher o dia ou a mente com outras coisas, pra ver se juntos a gente tem força pra empurrar o que faz mal pra fora. Se não der, do jeito que a gente puder, carregamos essa barra juntos. Você não está sozinho. E com certeza, pode contar comigo. 

Com amor, para cada panqueca de banana, origami e reação química que eu adoro.

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