Você já se autorizou à fazer aquilo que sempre quis?


Cada um encontra, pelo menos uma vez na vida, uma sensação que faz respirar mais feliz ao mesmo tempo em que tira o fôlego. Se depara com aquela faísca que pode se tornar uma explosão. Quase todo mundo vive por pelo menos alguns segundos algo que parece justificar a existência. Várias vezes, escrever pra mim é essa única coisa, que dá significado à todas as outras. Talvez seja porque aqui posso tentar transcrever o que sinto com todas as outras coisas, incomuns ou triviais, que legitimam o viver. Aqui eu posso criar ou sentir de novo uma cena, uma experiência, uma fração de segundos ou a história de uma vida que nem foi minha, mas pode ser recriada nas limitações da minha linguagem. Assim as palavras me permitem viver mais um pouquinho dentro da minha finitude. Não por me darem mais tempo, mas por realmente me darem mais vida. 

Até porque, sentir as dores e alegrias da vida com todo meu ser alimenta a habilidade/necessidade de escrever. Tem gente que encara como um peso, afinal, sentir é posição de vulnerabilidade e assumir que sente é escancarar esse estado. Tem gente que acha que é um dom. Acho que os dois times estão um pouco certos.

Dá um medo tremendo, mas como tudo que transborda, a escrita é um fluxo irreprimível. Para quem escreve restam, então duas opções: esconder seu fluxo de ideias ou jogá-las no ar, com a possibilidade de que ele encontre outras ideias para conversar. Optei pelo segundo. Rompi o medo de compartilhar essa forma de (transmitir o) sentir. "Empodere-se, autorize-se e deleite-se desse seu dom!" Obrigada, anja da guarda.

Autorizar-se. Sentir e escrever são sobre isso: autorizar que o ser venha à tona a cada experiência e expresse identidade nas ideias. Ressoa em mim como nem sempre a gente se permite, então como verbo reflexivo, autorizar se torna um presente. Ser feliz, seguir um sonho, dizer o que pensa, dormir até tarde, comer o que está com vontade ou mudar o cabelo. Qualquer coisa que te faça bem merece sua própria autorização para acontecer na sua vida. Até a dieta, que faz bem mesmo sem ser agradável no início. Cada um precisa se autorizar se cuidar, a se amar, a se dedicar aos seus próprios talentos e amores. E por vezes precisa se colocar na sua própria lista de amores. Precisa estar ali pra saber como você importa e como seus sonhos e dons são valiosos. Sejam ele quais forem.

E eu resolvi me autorizar. Me autorizei a voltar a escrever e dar o espaço que isso merece na minha vida. Me autorizei a essa entrega de mim em cada texto, a compartilhar essas pequenas e intensas experiências pessoais na intenção de que também ressoem em outras pessoas. Me autorizei a me descobrir vivendo. Nesse processo, espero finalmente me autorizar a errar e a me perdoar por esse lado tão humano. E espero que depois dessas linhas você também se autorize a tudo que realmente importa pra você. Espero que se autorize a buscar e viver sua própria chama de si e se autorize a ser mais feliz hoje.


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