O Escrever

            O escrever é diálogo que pode te narrar de novo. Não só um conto ou um fato. Escrever pode narrar você para si mesmo. Quantas vezes precisar. Pode, sem reescrever na história, reescrever a história com mais detalhes que a correria do dia a dia permitiram registrar. No registro escrito, que vem depois da vivência ou antes do projeto concretizado, o tempo é ora contratempo, ir aliado. O que importa na escrita é que tudo importa, até aquilo que não foi dito. O difícil é que tudo merece espaço, mas quase tudo que é humano é finito.

            Quando a escrita consciente conta o que aconteceu, é capaz de eternalizar aquilo que livros de história buscam humanizar, mas que por tantos exemplos que vira e mexe se repetem, podem ser ditos como estatísticas e não como histórias. E isso vale pra vida cotidiana. Somos 7.8 bilhões de exemplares humanos, 7.8 bilhões de vidas que mais ou menos esbarram nos mesmos problemas. 7.8 bilhões de formas diferentes de significar o que é viver. E de fazer o viver. De escrever a própria vida.

            A escrita também pode concentrar tantas ideias que cria o que poderia acontecer. Nesses casos, externaliza o ainda não visto e é capaz de antecipar no ser que lê as sensações pra além da realidade tocável. E aqui, as vezes ajuda quem está escrevendo seus dias a escolher nas tintas, novas cores, virar páginas ou começar novos livros.

            Toda escrita é um processo de empatia. Um diálogo na busca de perguntas e respostas, partilhadas entre quem escreve e quem lê. Depois de gastar umas linhas, escritor e leitor estão em busca do mesmo: saber como isso termina e por onde passa até terminar. Nem sempre autor e leitor concordam com os caminhos e conclusões. Mas ambos geralmente desenvolvem esse respeito e carinho mútuo que faz com que se acompanhem até final.

            A você que quando passa por aqui me empresta seu tempo e atenção, obrigada. Espero que vira e mexe me acompanhar num texto traga um sorriso e uma nova linha na sua própria história. E que mais do que chegar em boas conclusões, a gente sempre (se) escreva por caminhos felizes. Que a gente (se) narre cheios de amor e aprendizados. E que a cada linha que parece torta façamos o início de mais cor e caligrafia. Escreva-se (e divirta-se)!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Para cada Fênix