Do Brasil que há em mim - reflexões do pré-aniversário na quarentena
Sou filha de uma família muito brasileira. E dona de uma alma muito latina. Esse é o primeiro ano que eu não vou dançar no meu aniversário. Gosto de dançar bachata ou reggaeton em algum lugar de São Paulo. Ouvir e falar espanhol, viver esse meu lado que gosto tanto. Mas na quarentena somos todos forçados a rever planos. E parei para olhar um lado meu que as vezes nem percebo. Sou brasileira. Sou filha de um pai nordestino e uma mãe do interior paulista. Filha de quem lutou contra seca, desigualdade, preconceito e dificuldades da cidade grande. Sou filha da luta. Luta inclusive pra nascer: minha mãe ja tinha 40 anos quando cheguei. Sou filha de guerreiros que se machucaram muito nas lutas que a sociedade patriarcal brasileira perpetua. Sou filha de quem escuta MPB, samba, criticava sertenajo mas mudou de ideia com os anos. Acordava com meu pai cantando Chico Buarque e hoje janto com minha mãe ouvindo Iza . Sou também filha de uma nação atropelada por suas próprias contradições. F