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Mostrando postagens de julho, 2019

Para quem sabe o peso da porr# do apelido carinhoso

Rio de Janeiro, 06 de fevereiro de 2018 Era isso, só o que faltava. Era mesmo o que faltava acontecer, nem sei porque me surpreendo. Ele me chamou de Morena. Depois de já ouvir vários adjetivos que você usava comigo - começando por monstrinha, que era o menos provável - fui finalmente chamada pelo meu favorito: Morena. E isso não é uma comemoração! A real é que tô puta: por que você não sai da minha vida? Eu me identifico sim pelo meu pseudônimo, você sabe que o jeito que você me chamava reforçava meu lado favorito, e sempre me deu energia para seguir melhorando. Mas, poxa, já faz um tempo, e mesmo assim ouvir isso de outro alguém não parece apropriado, justo, legítimo. Não tem sinônimo que descreva como eu acho que isso era nosso. Mesmo sem saber até bem quais foram as fronteiras desse nós. Bem, tô brava mas tô rindo. Acho admirável como você é um jogador excelente. Jogava tão bem com as palavras que marcou seu espaço assim. Jogava tão bem com a linguagem que hoje herdei v

Para cada Fênix

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Fênix: ser mitológico que renasce depois de sua autocombustão. Para mim, o apelido não muito carinhoso pra quem renascia das cinzas na minha vida. São Paulo, julho de 2019. Ontem foi a primeira vez que falei de nós, Fênix. E não me refiro a comentar sua existência ou mencionar que já tivemos algo. Falei de verdade. Das feridas, das alegrias, de tudo de bom que aprendi, de todas as dores que me causou. Falei sobre como você teve esse lugar de pódio e referência na minha vida e como foi a causa principal de eu pensar em começar terapia. Falei sobre como sua simples lembrança ainda mexia comigo, mesmo que isso já fosse óbvio só pelo meu tom de voz. Falei sobre como o que eu amei em ti provavelmente nem existisse e talvez fosse só a minha própria criatividade preenchendo as lacunas que nossa convivência não foi capaz de atingir. E que você nunca quis me deixar chegar perto. Depois que o tempo passa, falar por 15 minutos pode resumir três anos de altos e baixos. Por isso aqui nã

O que a gente entrega quando se entrega?

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Definição de "Entrega" no idioma em que eu mais sei fazer isso. Nota para a ironia do ponto 5. São Paulo, 28 de julho de 2019 Sabe quando você se apaixona e entrega muito de si ao outro? Eu sempre vi que entregamos companhia, entregamos nosso tempo e, claro, nossa confiança. Entregamos porque é nosso, tudo isso já habita dentro de nós. O carinho que oferecemos ao outro, o cuidado, a empatia e mesmo, para quem chega no mais sublime, o amor que damos ao outro são presentes que saem do nosso interior para aquele que é o interlocutor desses sentimentos. Na hora da despedida, é difícil retomar todos os sentimentos que já tinhámos em nós e foram dedicados ao outro. Na minha visão, como os sentimentos são recursos renováveis, eles não são mesmo retomados. Eles vão renascendo e os vamos dedicando novamente a outras paixões, por outras pessoas e por nós mesmos. Existem também entregas de elementos exteriores a nós. Já parou pra pensar naquilo que você dedicou a alguém, que

Das luzes no meu quarto

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São Paulo, 14 de julho de 2019 Hoje eu enfeitei meu quarto com minhas músicas favoritas. O ponto chave da dancinha foi quando tocou New Light. Eu sorri sozinha com a cena. É bem comum eu dançar pela casa. Mas foi gostoso sentir que, enquanto eu colava o pisca-pisca na parede, a única coisa em que eu pensava era no pisca-pisca na parede. E só cantava a música pela letra e melodia. Não pensava na próxima tarefa. Ou na hora de acordar amanhã. Ou em como um dia eu posso cantar essa música pra alguém. Ou como já cantei antes. Perceber que eu estava mesmo vivendo esse momento de alguém tão feliz num espacinho de tempo espaço típico de filme me fez ver algo de encantador em mim, acho que isso que eu sempre acho que só enxergo quando outro alguém vê. Acho que crescer é um pouco sobre conseguir se enxergar sozinha, também nos momentos bons.   Aos pulinhos na cama, com fita adesiva na mão, depois de um dia conflituoso com mensagens não respondidas e textos de economia - difícil decidir

Para galera da Gratidão - e pra quem não entende essa galera

"Que a gratidão pelas coisas boas seja sempre maior que as chateações." Li isso numa dessas mensagens encaminhadas de bom dia. Me surpreendi. Pode parecer simples, mas é algo lindo a se desejar a alguém. Sei que é estranho ver pessoas muito otimistas. Parecemos descolados da realidade. O termo gratidão está quase desgastado por tanto ser pronunciado em vão. E como tudo que não é dito com sinceridade repetidas vezes, perde seu sentido e pode até parecer que nunca existiu em seu sentido original. E que não podemos esperar que o jogo mude rapidamente, ou seja, as chateações vão continuar aí - para nós que temos sorte. Nos piores casos, chateações estão longe de definir os problemas.  Por isso mesmo, se eu não posso te desejar uma vida sem problemas ou uma vida 100% do tempo tranquila, acho justo desejar mais do que momentos bons pra ti. Realmente desejo que você saiba o que são os bons momentos da tua existência. E quem reconhece racional e espiritualmente que está

Para o Moreno

São Paulo, 10 de julho de 2019. Curiosamente um ano depois. O último texto foi aquele que você se sentiu exposto quando eu publiquei a primeira vez. Espero que entenda que ele diz, no final de contas, mais sobre ti do que sobre mim. Não te devo explicações, só  não gosto de chatear ninguém. E valorizo mais do que nunca deixar as coisas claras em respeito a cada ser humano. Tenho muito a que agradecer. Obrigada por mostrar a Morena que existe em mim. Foi difícil entender que ela já existia antes de você e continua existindo depois. Obrigada por ter vindo e partido e me deixado um lado tão lindo meu mais evidente para mim. Espero que um dia você também veja essas palavras a seguir como eu vejo: um dos meus textos favoritos, sobre uma experiência que me fez ser muito melhor. E que um dia você também sinta que achou o melhor que há em ti. Eu já não romantizo o jogo da conquista nos moldes que jogamos, nem conto com o seu sorriso para ter um bom dia. Já tenho um novo perfume prefer

Para quem lembra - e faz lembrar

São Paulo, 09 de julho de 2018 Quando a gente briga, do que você se esforça pra lembrar? Eu sempre procuro lembrar das coisas boas. Lembro daquele "oi" na cantina tão casual mas cheio intenção. Lembro de saber li que ia me esforçar pra ter vários outros ois. Lembro daquela conversa depois do nosso primeiro beijo, no meio da grama da faculdade, de frente pra toda a luz da cidade e dos seus olhos. Lembro do cheiro daquele moletom cinza que eu gosto tanto, com o número que começou a me trazer sorte desde então. Aliás, esse perfume nem precisa de muito esforço pra ser lembrado.  Lembro do apoio que você me deu depois do meu treino mais difícil, sendo um ótimo ouvinte e me fazendo achar em mim uma força que eu quase esqueci que tinha. Lembro de como me encantei assistindo sua apresentação em aula, pensando em como amo a sua multiplicidade de discorrer sobre rap, cultura, gírias e mercado. Lembro de como aprendi contigo, com sua coragem e seus medos, com sua independênc