Ainda é uma flor
São Paulo, 25 de setembro de 2019 Ela está mais sequinha. E enrugada. Desabrochou e perdeu um pouco da maciez nas pétalas, de quando ainda era um botão. Já mudou um pouquinho de cor por fora, o tempo e o frio tiveram um efeito nos seus contornos. Mas segue sendo uma flor. Sua cor ainda é vibrante. Nas pétalas mais protegidas do mundo exterior, segue macia e com seu perfume. Resistiu bravamente por mais tempo que a maioria. Acho que por isso mesmo vejo mais beleza nela hoje do que no dia que chegou. Afinal, Saint-Exupéry tem razão: é o tempo que dedicamos às nossas rosas que as tornam tão importantes. Dedicar tempo ao que sabemos ser efêmero é mesmo uma prova de amor. E vemos isso em vários tipos de amores. O amor que os pais dedicam aos filhos, sabendo que é uma reciprocidade limitada pelo menos nos anos iniciais, criando-os para que descubram o mundo e, um dia, não estejam mais na mesma casa. O amor que dedicamos aos pets, abraçando, de forma consciente ou não, uma vi